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Para quem trabalha o seu dinheiro?


Por Guilherme Ruviaro Fração*,
em 15/04/2020

Afinal, o seu dinheiro está realmente trabalhando para você? Ou será que ele está trabalhando para o gestor do seu fundo de investimento? Será que a relação de ganhos entre o cotista e o gestor do fundo é justa? Quem ganha mais? Estes questionamentos são saudáveis, muito comuns e precisam ser analisados e respondidos com seriedade.

Inicialmente é necessário entender que, em sua essência, quando compramos cotas de um fundo de investimento estamos contratando um serviço profissional de gestão de recursos. Entregamos o nosso dinheiro ao gestor para que trabalhe com ele e nos entregue rentabilidade compatível ao risco assumido. Nesta relação o gestor recebe como remuneração uma taxa de administração (que é um % do patrimônio investido, independente do resultado atingido) e pode também receber uma taxa de performance (que é um % sobre o que a gestão trouxe de ganhos ao cotista em excesso à um determinado índice de referência), caso aplicável. O cotista, por sua vez, recebe seu dinheiro de volta mais (ou menos) o que sobrar de rentabilidade após deduzidos todos os custos fixos e taxas do fundo.

Sendo assim, será que a relação de ganhos entre o cotista e o gestor do fundo é justa? Como quase tudo na vida, depende. Analisemos. Qual das partes está assumindo riscos nesta relação? O cotista, claramente, pois o seu retorno é incerto e depende da perícia do gestor. Este último não assume riscos para si (exceto os riscos empresariais), pois independente do resultado que o seu trabalho obtiver, pelo menos uma boa parte da sua remuneração está garantida. Isso significa que a relação é injusta? Não necessariamente, depende de qual for a rentabilidade do fundo pelo risco assumido, ou seja, depende da competência do gestor.

Para que fique mais claro, vamos usar como exemplo um fundo que cobre 2% de taxa de administração e mais 20% de taxa de performance sobre o que exceder o CDI, ou seja, um típico multimercado. Qual será a rentabilidade mínima do fundo para que valha a pena para o cotista comprar suas cotas? Esta resposta precisaria contemplar diversos fatores, mas vamos analisar aqui apenas a variável custo-benefício. Colocamos abaixo um quadro comparativo, no qual podemos ver o ganho do gestor e o ganho do cotista em função de diferentes rentabilidades. É importante salientar que esta análise é aproximada, entretanto não invalida a mensagem principal.


Nota-se que a rentabilidade do fundo (líquida de taxas) que iguala os ganhos do gestor e do cotista é de 141,56% do CDI. Ou seja, caso o resultado do fundo seja inferior a este, o cotista entregou seu dinheiro ao gestor (abriu mão da liquidez e correu riscos) para que ao final o seu prestador de serviço (gestor) obtivesse uma remuneração maior do que o contratante (cotista). Por outro lado, caso a rentabilidade supere os 141,56% do CDI, o contratante passou a obter retorno maior que o prestador. Mas então, para que um fundo valha a pena basta que a remuneração do cotista seja maior do que a do gestor? Definitivamente não! Existem diversos outros aspectos quantitativos e qualitativos que devem ser levados em consideração para se chegar a tal conclusão. Por esta razão é muito importante ter sempre um profissional muito capacitado alguém ao seu lado, ajudando você a escolher os melhores produtos do mercado e principalmente adequados ao seu perfil de investidor.

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