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EMOÇÕES E ECONOMIA: ESTAMOS REALMENTE NO COMANDO?

          Ainda na onda da Expert XP 2020, que nos colocou em contato com uma enorme quantidade de mentes brilhantes e suas visões do presente e futuro, uma em especial sempre tem minha atenção: psicólogo e economista comportamental, professor da Duke University, Dan Ariely. Em sua palestra, além de apresentar sugestões e caminhos possíveis para os desafios que vivemos atualmente, Dan mais do que tudo nos fez refletir sobre o que está a nosso alcance, sobre a diferença que podemos fazer no futuro da comunidade que vivemos, quais nossas responsabilidades para com o próximo e quais as dos nossos governantes para conosco. O que realmente está sob nosso controle e no que nossas escolhas podem influenciar?

       Somos uma população que na sua grande maioria não passou por nenhuma guerra, escassez ou restrições de comportamento impostas pelo seu governo. Se pensarmos nas gerações mais novas, nunca viveram nem uma crise econômica e mal sabem o real poder de uma inflação descontrolada. Nunca enfrentaram situações de instabilidade, sejam econômicas ou sociais, nem mesmo incertezas quanto ao futuro da humanidade de maneira global como essa que enfrentamos hoje com a crise do COVID-19.

          O momento atual que vivemos, com um vírus abalando nosso “way of life” e quebrando tantos paradígmas, nos leva a analisar como as pessoas se comportam em situações tão extremas e, a partir daí, pensar em quais políticas econômicas e sociais podem ser criadas para serem realmente eficazes. Impor regras, decretos e punições pode mobilizar parte da população por algum tempo, mas para se ter mudanças significativas e engajamento duradouro, é preciso mais do que isso. A população precisa ter confiança em que a governa, entender qual o propósito das regras impostas e não apenas seguí-las por medo das retaliações.

          E a economia? Como retomar o ritmo pré-pandemia? O que nos motiva agora? O que incentiva a economia? Será que a maneira como os governos apresentam e entregam seus auxílios financeiros à população terão um resultado positivo no longo prazo? Será que este dinheiro está de fato sendo colocado de volta a girar a economia local? Para Dan, é preciso um grande esforço da população para uma mudança de comportamento, mudando seu foco míope de curto prazo para o longo prazo (o chamado “desconto hiperbólico) e se comprometendo com esforços e resultados comuns.

          Por outro lado, nunca os níveis de confiança da população em seus governantes estiveram tão baixos. São sacrifícios sociais e econômicos impostos por aqueles que ditam as regras, e tão pouco entregue como resposta… O esforço precisa ser comum, para o bem comum!

          Dan ainda ressalta dois setores que acredita que sairão fortalecidos pós-pandemia: educação e saúde. Ambos sempre estiveram em posições muito controladas e com pouca autonomia. Agora estão se deparando com situações tão adversas que a flexibilização na prestação dos serviços se faz imprescindível. Na saúde: tele atendimentos, UPAs, adiantamento na formação de novos profissionais, eficiência no atendimento de urgência, otimização na oferta de leitos, pesquisa e desenvolvimento de medicamentos e tratamentos, investimentos privados, tudo muito mais ágil e consolidando uma estrutura que vai ficar para o pós-pandemia. Na educação, o maior desafio: como motivar alunos, pais e professores à distância? O que antes se restringia à sala de aula, à autoridade do professor, agora toma novas formas, com novos responsáveis pela aplicação da didática do ensino, novos locais de estudo, individualizados, e separados do restante da turma por uma tela.

          O que é certo é que em tempos de crise é quando temos a oportunidade de fazer mais com menos, de elevar nosso potencial e ir além do que pensávamos ser capazes. Como vamos sair desta que estamos vivendo? Agindo, e não esperando que as coisas “voltem ao normal”. Muitas são as perguntas e o que precisamos ter em mente é que aquilo que está sob nosso controle deve ser posto em prática da melhor maneira possível, com otimismo e confiança de que faremos a diferença. O que não está em nossas mãos, devemos estar atentos e cobrando posicionamentos coerentes daqueles que nos devem respostas.

          Conte conosco para estar Ao Seu Lado nestes tempos turbulentos pelos quais passamos, buscando juntos pelas melhores soluções e sempre com foco na preservação do seu Legado Familiar, seja ele capital humano, financeiro, intelectual ou social.