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Juros em baixa, Educação financeira em Alta!


Por Karina Gerhardt, CFP®*,
em 25/10/2019

Menor taxa Selic da história do país, com perspectiva de encerrar o ano de 2019 a 4,5% a.a., inflação estável, avanço das reformas. Questões que aos poucos começam a modificar o viés do investidor no Brasil, que fica mais disposto a tomar risco, impulsionando o mercado de capitais.

O cenário de juros baixos é bom para quase todos: impulsiona a economia, melhora o crédito, menos interesse por parte do Governo em aumentar impostos, mais incentivo à indústria, o que leva a um desenvolvimento mais sustentável do país. Só não é mais tão vantajoso para o “rentista”!

Mas será que esse investidor, ávido por maiores retornos, está preparado também para arcar com maiores perdas?

O risco de um investimento, seja o Risco de Mercado, de Crédito ou de Liquidez, representa as possibilidades de ganhos, mas também de prejuízos, com chances iguais de se realizarem. A mesma disposição que se tem para ganhos, deve-se ter para suportar perdas. É aqui que a educação financeira do investidor fará a diferença, e o quão bem assessorado (ou não!) ele está para tomar suas decisões de investimento.

Um recente estudo da Anbima sobre o investidor brasileiro revela que quando se trata de expectativas em relação à rentabilidade das aplicações, 35% dos investidores compara o rendimento atual da sua aplicação com a mesma aplicação em períodos anteriores. Ao analisar apenas o desempenho passado, teremos resultados aleatórios, que não são garantia de desempenho futuro. Muito mais importante do que rendimento passado é entender quais ativos que proporcionaram esses rendimentos e quais riscos envolvidos daqui para frente. A marcação a mercado em alguns fundos que possuem ativos vinculados à inflação podem ter sido favorável de 2 anos para cá, mas quem garante que esses papeis continuarão subindo?

Neste mesmo relatório temos evidenciado o quão conservador é o investidor brasileiro com relação à gestão do seu Patrimônio, e quanto carece de uma educação financeira eficiente e de qualidade. Apesar de o número de investidores na Bolsa de Valores (B3) ter dado um salto de 150% entre 2016 e setembro de 2019, com mais de 1,4 milhão de pessoas físicas, esse número representa apenas 1% da população investidora, enquanto nos Estados Unidos, por exemplo, mais de 60% da população investe em ações. Além desta baixa representatividade da população brasileira no mercado de ações, 88% dos investidores possuem dinheiro na caderneta de poupança.

O surgimento de novas tecnologias e chegada de novos competidores ao mercado, como fintechs, startups, novas corretoras e plataformas de investimentos defrontam os investidores com uma enorme oferta de produtos e estruturas financeiras pouco conhecidas até então, quando a “comodidade” dos juros altos proporcionavam retornos satisfatórios na renda fixa.  Na maioria das vezes, para pedir opinião de qual investimento fazer, os investidores têm como fonte de informação seus gerentes de banco ou corretores de investimento, fator crucial de conflito de interesse entre as partes.

O Gestor de Patrimônio assume neste momento papel fundamental de educador financeiro do seu cliente, proporcionando um melhor entendimento do cenário em geral, análise das opções de investimentos disponíveis, os riscos envolvidos, traçando estratégias junto com o seu cliente e principalmente focando na seleção de classe de ativos, em detrimento à seleção dos ativos em si. Uma melhor alocação de recursos, com mais qualidade na tomada de decisão, proporcionará ao cliente retornos mais constantes e consistentes, quando comparados ao market timing de operações pontuais, que pouco valor agrega à performance de uma carteira.

No Brasil, a atuação dos Gestores de Patrimônio corresponde a 6% dos clientes atendidos no segmento private de bancos, com crescimento exponencial desde 2015. Em mercados mais maduros, como Estados Unidos, já são mais de 34 milhões de pessoas usuárias de serviços de Wealth Management e Financial Planners.

Não se deixar levar por promessas de retornos fáceis e garantidos, nem mesmo se deslumbrar com a performance passada de um ativo, além de contar com bons profissionais ao seu lado e uma educação financeira de qualidade, são pontos de partida para se analisar novas estratégias de investimento em tempos de juros baixos, sem cometer equívocos que possam custar caro ali na frente.

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